CEO da Lattice afirma que humanos oferecem os ‘freios e contrapesos’ essenciais para a IA.

por Marcos Evaristo
LISBON, PORTUGAL - NOVEMBER 13: Sarah Franklin, CEO, Lattice, delivers remarks while discussing with Lidiane Jones, CEO Bumble, and Danielle Belton, Editor-in-Chief The Huffington Post, about "So you’re the new CEO?" at Center Stage during the second day of Web Summit on November 13, 2024 in Lisbon, Portugal. The annual conference brings together founders and CEOs of technology companies, as well as policymakers, to discuss the future of the Web. This year runs from November 11 to November 14. The 2024 event announced that has officially sold out its Lisbon flagship event with more than 70,000 attendees, a record breaking 3,000 exhibiting companies, 1,000 investors and 2,000 global media. This year's Web Summit marks the comeback of Paddy Cosgrave, CEO and co-founder of the event, who had resigned in 2023 and was replaced by Katherine Maher. Ms. Maher left after three months and, in April 2024, Cosgrave decided to return as CEO. (Photo by Horacio Villalobos#Corbis/Getty Images)

O Equilíbrio na Revolução da IA: Insights de Sarah Franklin da Lattice

Sarah Franklin, CEO da Lattice, revela que “equilíbrio” é a palavra mais importante quando se trata de empresas que adotam a inteligência artificial.

Durante sua participação no SXSW London e em uma conversa com o TechCrunch, Franklin, à frente da Lattice — uma startup avaliada em impressionantes $3 bilhões, revelou a importância do equilíbrio no cenário atual de inovação em inteligência artificial. Para ela, encontrar este equilíbrio é crucial, pois a rápida adoção de tecnologias de IA apresenta tanto oportunidades como riscos que não podem ser ignorados.

“Colocamos as pessoas em primeiro lugar,” destacou Franklin, referindo-se às recentes incorporações de IA e automação na Lattice. Em um momento em que diversas empresas anunciam a IA como uma solução para substituir grandes parcelas de mão de obra, Franklin defende que priorizar os colaboradores humanos é a chave para manter a saúde organizacional e a satisfação do cliente.

Ela ressaltou que a tentação de substituir trabalhadores humanos pode parecer atraente para economizar custos, mas essa estratégia pode desencadear reações adversas entre os consumidores. “É essencial refletir: ‘Você está construindo para o sucesso da IA ou para o sucesso das pessoas e dos seus clientes?’”, questionou Franklin. Para a líder, a confiança é a moeda mais importante que qualquer fundador ou startup possui, e essa confiança deve ser cultivada continuamente. “É bom contar com eficiência, mas não devemos trocar a confiança por ela,” acrescentou.

Franklin também enfatizou a necessidade de transparência, responsabilidade e prestação de contas na implementação de tecnologias de IA. Os líderes devem ser claros com seus funcionários sobre o funcionamento da IA e assegurar que essa tecnologia seja aplicada de maneira focada em objetivos específicos. “Caso contrário, estaremos a serviço da IA, e não o contrário,” frisou, destacando a importância do controle humano em qualquer tecnologia utilizada pela empresa.

Em uma entrevista exclusiva com o TechCrunch, após sua apresentação no SXSW, Franklin compartilhou que a Lattice desenvolveu um agente de Recursos Humanos alimentado por IA, que fornece insights proativos e apoia os funcionários em reuniões individuais. Além disso, a empresa disponibiliza uma plataforma onde os clientes podem criar seus próprios agentes personalizados, adaptados às necessidades específicas de seus negócios.

A CEO reafirmou a importância da supervisão humana sobre qualquer tecnologia de IA implementada pelas empresas. “É uma maneira de manter os controles e balanços que já utilizamos em nossa força de trabalho,” explicou Franklin, ao ressaltar que a integração da IA deve ser uma extensão das práticas organizacionais existentes, e não um substituto para a interação humana.

Na visão de Franklin, as empresas que aprenderem a priorizar as pessoas durante esta era de IA serão as verdadeiras vencedoras. Ela declarou: “Todos temos a responsabilidade de garantir que estamos fazendo isso para o bem do povo e da sociedade.” Para ela, a conexão humana é insubstituível, e as organizações que compreenderem isso se destacarão no mercado.

A Importância de Ser Transparente e Responsável

Enquanto muitas empresas se apressam para adotar tecnologias de IA, a mensagem de Franklin serve como um importante lembrete sobre a necessidade de abordagens éticas. A transparência não é apenas uma estratégia de negócios; é um valor essencial. “Quando se implementa IA, as pessoas precisam entender o que a tecnologia faz e como isso impacta suas vidas e localidades,” enfatizou. Essa definição de responsabilidade se aplica aos líderes que devem assegurar que os resultados da IA sejam benéficos e contribuam positivamente para a sociedade.

O Futuro da IA no Local de Trabalho

No futuro, o papel da IA no local de trabalho deve ser o de um auxiliar, não um substituto. Franklin acredita que o objetivo deve ser a criação de um ambiente onde a IA complemente o trabalho humano, permitindo que os funcionários se concentrem em tarefas mais críticas e criativas. Isso não apenas aumentará a produtividade, mas também melhorará a satisfação no trabalho.

Ela prevê que, conforme as empresas se adaptarem a essa nova realidade, a integração responsável da IA trará um impacto duradouro e positivo em suas culturas organizacionais. “O equilíbrio não é apenas uma meta, é uma prática que todas as empresas devem adotar,” concluiu Franklin, reafirmando seu compromisso com a construção de um futuro no qual a tecnologia e as pessoas coexistam harmonicamente.

Considerações Finais

À medida que avançamos na era da inteligência artificial, as reflexões e orientações de líderes como Sarah Franklin são cada vez mais necessárias. A proposta de priorizar o ser humano e a transparência nos lembra que a verdadeira inovação não consiste apenas em avançar com a tecnologia, mas em fazê-lo de uma forma que reforce os laços entre as pessoas e as organizações. Em um mundo que muda rapidamente, o compromisso com valores humanos pode ser o diferencial que define o sucesso no cenário competitivo atual.

Buscar um equilíbrio entre eficiência tecnológica e a integridade humana pode não apenas propiciar um crescimento sustentável, mas também criar um ambiente de trabalho mais satisfatório e ético para todos os envolvidos. O futuro pertence às empresas que não apenas abraçam a IA, mas fazem isso de maneira consciente, transparente e responsável.

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