A Amazônia enfrenta um alarmante aumento no desmatamento, que alcançou 960 km² em maio deste ano, com o fogo se destacando como o principal responsável pela degradação do bioma.
Dados recentes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) revelam um panorama preocupante para a Amazônia, ressaltando os impactos das mudanças climáticas neste ecossistema vital. O desmatamento na região cresceu 91% em relação ao mesmo mês do ano passado, totalizando 960 km² em maio de 2023. Este número representa o segundo pior resultado registrado para esse mês, apenas atrás de maio de 2021, quando 1.391 km² foram desmatados.

Fogo: o principal agente do desmatamento em maio
Segundo o secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, João Paulo Capobianco, a situação é alarmante, com a floresta tropical sofrendo um impacto significativo devido às mudanças climáticas. “Os dados estão começando a surgir agora e são preocupantes”, afirma Capobianco.
No mesmo mês do ano anterior, o desmatamento havia afetado 502 km² da floresta. Ao longo dos últimos dez meses, desde agosto de 2022 até maio de 2023, a área desmatada aumentou em 9,7%.

Capobianco também salientou que a proporção de vegetação nativa atingida por incêndios subiu de 10% em 2023 para alarmantes 23,7% neste ano. Assim, em maio, o fogo se configurou como a principal razão para a devastação da floresta.
“O impacto dos incêndios florestais sobre a taxa de desmatamento foi relativamente baixo ao longo da história. Contudo, com a intensificação das mudanças climáticas e a maior fragilidade da cobertura florestal, especialmente a primária, começamos a perceber uma mudança significativa nesse cenário”, destaca Capobianco.

Incêndios: a ligação com a atividade humana
- Embora o crescimento no número de incêndios na Amazônia esteja diretamente ligado às mudanças climáticas, a influência da atividade humana não pode ser ignorada.
- O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) notificou cerca de nove mil propriedades em relação aos incêndios no bioma.
- Foram aplicadas multas que somam cerca de R$ 3 bilhões.
- Para reforçar a fiscalização, mais helicópteros e viaturas foram disponibilizados.
- O governo planeja uma abordagem mais robusta para combater o fogo, com um incremento histórico na estrutura de combate, incluindo a ampliação das equipes e um repasse de R$ 405 milhões aos estados da Amazônia Legal.

Colaboração para o Olhar Digital
Alessandro Di Lorenzo é jornalista formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e conta com uma trajetória na área desde 2014, tendo trabalhado em redações como BandNews FM em Porto Alegre e São Paulo.