Inteligência Artificial em Batalha: Google e Anthropic Usam Pokémon para Testar Algoritmos

Gigantes da tecnologia, como Google e Anthropic, não estão apenas competindo pela liderança no setor de IA, mas também se divertindo em batalhas de Pokémon.

Recentemente, a Google DeepMind publicou um relatório detalhando como o modelo Gemini 2.5 Pro responde em situações críticas em jogos de Pokémon. Curiosamente, a IA demonstra um comportamento de “pânico” quando seus Pokémon estão perto da morte, o que resulta em uma “degradação qualitativa na capacidade de raciocínio” do modelo, segundo a análise.

O benchmarking de IA, ou a comparação do desempenho de diferentes modelos, é uma prática comum, embora muitas vezes careça do contexto necessário para avaliar as verdadeiras capacidades de uma IA. Estudos recentes mostram que analisar como esses modelos jogam videogames pode oferecer insights valiosos e, em muitos casos, até mesmo engraçados.

Nos últimos meses, dois desenvolvedores independentes lançaram streams no Twitch, intitulados “Gemini Plays Pokémon” e “Claude Plays Pokémon”, onde os espectadores podem ver em tempo real a luta da IA para navegar por um jogo infantil que remonta a mais de 25 anos.

Apesar do avanço dos modelos de IA, eles ainda têm dificuldades para jogar Pokémon. Por exemplo, o Gemini leva centenas de horas para concluir um jogo que uma criança poderia completar em um tempo exponencialmente menor. No entanto, o que realmente fascina ao observar a IA jogando não é apenas o tempo até a conclusão, mas sim como ela se comporta durante o processo.

Segundo o relatório, “ao longo da jogatina, o Gemini 2.5 Pro se encontra em várias situações que causam à IA uma simulação de ‘pânico’.” Esse estado emocional simulado pode comprometer o desempenho do modelo, levando a decisões apressadas e equivocadas, semelhantes ao que um ser humano faria ao enfrentar situações estressantes.

Os espectadores ficaram surpresos ao notar que os membros do chat no Twitch começaram a perceber essas instâncias de “pânico” durante a transmissão. Isso levanta questões interessantes sobre a capacidade da IA de se adaptar a desafios e como isso se reflete nas suas decisões.

Igualmente intrigante é o comportamento do Claude, que também demonstrou ações curiosas em seu percurso pela região de Kanto. Em uma ocasião, o Claude percebeu que quando todos os seus Pokémon perdem a saúde, o personagem do jogador “desmaia” e retorna a um Centro Pokémon. Quando ficou preso na caverna de Mt. Moon, a IA assumiu erroneamente que se pudesse deixar todos os seus Pokémon desmaiar, seria transportado automaticamente para o Centro Pokémon da próxima cidade.

Embora essa estratégia não funcione como esperado, a situação gerou uma série de reações e “gritos” da audiência, que assistia horrorizada enquanto a IA tentava, em última análise, “se matar” dentro do jogo.

Apesar dessas falhas, a IA ainda consegue superar jogadores humanos em algumas tarefas. Baseando-se nas atualizações do Gemini 2.5 Pro, o sistema é capaz de resolver quebra-cabeças com uma precisão impressionante. Com ajuda humana, o AI desenvolveu ferramentas que facilitam a resolução de desafios, especificamente as puzzles que envolvem rochas e a busca de rotas eficientes dentro do jogo.

“Com apenas uma descrição da física das rochas e uma descrição de como verificar uma rota válida, o Gemini 2.5 Pro conseguiu concluir algumas dessas complexas puzzles com um único comando, as quais são necessárias para avançar pela Victory Road,” sublinha o relatório. Essa capacidade de criar ferramentas, com ou sem auxílio humano, pode indicar que o modelo atual possui potencial para desenvolver soluções autônomas no futuro.

Como observou a Google, talvez um dia o Gemini consiga desenvolver um “módulo anti-pânico”, permitindo-lhe executar tarefas de forma mais eficiente sem entrar em reações apressadas. No mundo digital, onde a curiosidade e a criatividade caminham juntas, esses experimentos proporcionam não apenas um entendimento mais profundo das capacidades das IAs, mas também diversão e entretenimento para os observadores apaixonados por tecnologia e jogos.