LinkedIn’s Algo Desmistificado: Segredos para Navegar o Novo Mundo Profissional

por Marcos Evaristo
OK, what's going on with LinkedIn's algo?

A Experiência do #WearthePants: Uma Reflexão sobre o Algoritmo do LinkedIn e o Gênero

No mês passado, uma experiência inusitada tomou conta de parte da comunidade do LinkedIn. Uma estrategista de produtos, que vamos chamar de Michelle (nome fictício), decidiu mudar seu gênero para masculino em seu perfil da plataforma. A iniciativa fez parte do experimento chamado #WearthePants, onde mulheres testaram a hipótese de que o algoritmo do LinkedIn estava sendo tendencioso contra elas. Este artigo vai explorar como surgiram essas preocupações e o que realmente se esconde por trás dos algoritmos que moldam nossas experiências nas redes sociais.

O que Motivou a Mudança?

Nos últimos meses, muitas usuárias do LinkedIn notaram uma queda significativa no engajamento de suas postagens. Isso se intensificou após declarações de Tim Jurka, vice-presidente de engenharia da plataforma, que anunciou a implementação de novos algoritmos para melhorar a entrega de conteúdo aos usuários. A perplexidade diante da situação levou Michelle a investigar essa discrepância. Com mais de 10.000 seguidores, ela esperava que seu alcance fosse muito maior, especialmente se comparado ao desempenho de seu marido, que tem cerca de 2.000 seguidores. Este cenário a fez questionar: será que a única variável significativa aqui era o gênero?

Mudanças de Gender vs. Engajamento

Michelle não estava sozinha em suas observações. A empreendedora Marilynn Joyner também decidiu mudar seu perfil de feminino para masculino e, surpreendentemente, viu suas impressões aumentarem em impressionantes 238% em apenas um dia. Sinal de que, talvez, o algoritmo estivesse de fato favorecendo perfis masculinos? Outras usuárias, como Megan Cornish e Rosie Taylor, relataram resultados semelhantes. A mudança de gênero estava se tornando uma espécie de estratégia para aumentar o alcance de suas postagens. Afinal, algo estava errado com o sistema de reconhecimento do LinkedIn.

A Resposta do LinkedIn e a Questão do Preconceito

Em resposta às acusações de preconceito, o LinkedIn afirmou que seu sistema "não utiliza informações demográficas, como idade, raça ou gênero, para determinar a visibilidade do conteúdo". Contudo, especialistas em algoritmos sociais sugerem que a questão é mais complexa do que parece. Brandeis Marshall, consultora de ética de dados, explicou que o algoritmo é um sistema intricado que analisa diversos fatores para determinar a visibilidade de um conteúdo.

“Não sabemos todos os fatores que fazem com que um conteúdo tenha um destaque maior que outro. É um problema complicado,” ela comentou. Portanto, a mudança no engajamento após a troca de gênero pode não ser apenas uma questão de discriminação explícita, mas, talvez, um reflexo de preconceitos implícitos que permeiam a maneira como os algoritmos são construídos.

A Iniciação do #WearthePants

Cindy Gallop e Jane Evans, duas empresárias, foram as criadoras do experimento. Elas convidaram homens a reproduzirem o mesmo conteúdo que elas publicavam, buscando respostas sobre o porquê de tantas mulheres notarem uma diminuição no engajamento. Enquanto Gallop, com uma grande base de seguidores, viu suas postagens atingirem apenas 801 pessoas, seu equivalente masculino alcançou impressionantes 10.408 pessoas. A discrepância é alarmante e faz todos questionarem as regras do jogo.

O Algoritmo em Si: Uma Caixa Preta

Apesar das reclamações e preocupações crescentes sobre o algoritmo, o LinkedIn tem sido bastante reservado em relação a como os dados são utilizados. Marshall destacou que muitos sistemas de redes sociais, incluindo o LinkedIn, são construídos sobre uma perspectiva cultural ocidental centrada em homens. Isso significa que as vozes e experiências de mulheres e de minorias não são necessariamente representadas de forma equitativa nas estruturas que definem como eles funcionam.

Embora o LinkedIn tenha afirmado que não utiliza informações demográficas para aumentar ou diminuir a visibilidade, as experiências das usuárias parecem sugerir o contrário. As pesquisas sobre modelos de linguagem grandes (LLMs) revelaram que preconceitos humanos, como sexismo e racismo, estão presentes nos sistemas de algoritmos. Se não são intencionais, são certamente um reflexo das lacunas em suas configurações.

As Implicações do Comportamento do Usuário

A interação dos usuários com a plataforma também desempenha um papel crucial na visibilidade das postagens. Como explica Sarah Dean, professora assistente de ciência da computação em Cornell, o engajamento de um perfil não diz respeito apenas ao que está publicado, mas também à história de interações e ao tráfego que cada perfil gerou ao longo do tempo. Se as mulheres estão lutando para se destacar na plataforma, isso pode ser um reflexo de como suas vozes são percebidas de maneira diferente em comparação com as vozes masculinas.

Chad Johnson, um expert em vendas, observou que as interações em sua própria rede diminuíram, indicando que o algoritmo parece estar priorizando qualidade em vez de quantidade. “Agora, o que importa é se você demonstra entendimento, clareza e valor em suas postagens”, afirmou. Isso complicou ainda mais a situação, pois muitos usuários, independentemente do gênero, estão enfrentando desafios semelhantes.

Por que as Pessoas Estão Céticas em Relação ao Algoritmo?

A frustração com o algoritmo do LinkedIn é compartilhada por muitos. Shailvi Wakhulu, uma cientista de dados, vê uma queda nas impressões de suas postagens de milhares para algumas centenas. Isso é desmotivador para aqueles que se dedicam a criar conteúdo de qualidade e buscam autenticamente se conectar com seus seguidores. Mesmo homens notaram diferenças no engajamento, com alguns vendo uma significativa redução, enquanto outros, que escrevem para públicos específicos, observaram um aumento.

Explorando a Confusão dos Usuários

Apesar dos diferentes pontos de vista, uma coisa é clara: há uma confusão generalizada sobre como as alterações no algoritmo afectam a experiência do usuário. Muitos sentem falta de transparência e desejam entender por que certas postagens se destacam mais do que outras. Embora o conteúdo gerado atualmente tenha crescido em comparação com o passado, isso gerou uma competição feroz na plataforma.

A Necessidade de Transparência e Mudança

Assim, o que se espera é que o LinkedIn, como outras plataformas, desenvolva um compromisso com a transparência na forma como seus algoritmos funcionam. Dado que as experiências de diferentes usuários diferem amplamente, um diálogo aberto sobre os padrões e práticas da plataforma poderia restaurar a confiança entre a comunidade de usuários.

Todos desejamos ser ouvidos e reconhecidos em um ambiente onde as vozes são muitas. Assim, a mudança que ocorre no LinkedIn e em outras plataformas não deve ocorrer isoladamente. Precisamos de uma abordagem colaborativa, onde todos possam compartilhar suas experiências e contribuir para um espaço mais inclusivo.

Conclusão: O Futuro do LinkedIn e da Inclusão Digital

A história da mudança de gênero no LinkedIn aponta para uma questão mais ampla sobre os algoritmos nas redes sociais. É um lembrete de que, por trás das máquinas, estão pessoas e suas experiências únicas.

O que está em jogo é como as vozes das mulheres e das minorias, mesmo que inconscientemente, podem ser silenciadas em um momento em que a inclusão é mais importante do que nunca. Portanto, seguir esse debate é crucial não só para a comunidade do LinkedIn, mas para todas as plataformas digitais que influenciam nossas vidas cotidianas. Vamos trabalhar para garantir que todos tenham um espaço justo e equitativo, onde cada voz possa ser ouvida e reconhecida.

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