A China Avança em Exploração Espacial com Lançamento da Sonda Tianwen-2

A China deu um passo significativo em sua jornada de exploração espacial ao lançar a sonda Tianwen-2, a primeira missão do país destinada a coletar amostras de um asteroide. O lançamento ocorreu no dia 28 de maio, às 14h31 (horário de Brasília), utilizando um foguete Longa Marcha 3B, que decolou do centro espacial de Xichang. Este feito marca um novo marco na ambição da China em se afirmar como uma potência espacial global.

Na última sexta-feira, 6 de junho, a Administração Espacial Nacional da China (CNSA) revelou a primeira imagem enviada à Terra pela missão. A sonda já está operando com sucesso a mais de três milhões de quilômetros do planeta, conforme um comunicado oficial da agência. Até então, a comunidade científica havia recebido apenas imagens digitais prévias.

Coletar Amostras de Asteroides: O Início de uma Nova Era

A sonda Tianwen-2 tem como objetivo principal o estudo do asteroide 469219 Kamoʻoalewa, que se encontra a aproximadamente 16 milhões de quilômetros da Terra. A expectativa é que a nave alcance o asteroide em julho de 2026 e traga as amostras de volta à Terra em novembro de 2027.

Porém, esta missão não se limita apenas à coleta de amostras. Após essa fase inicial, a missão continuará, aproveitando a força gravitacional da Terra para redirecionar a sonda em direção ao cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter. Nesse local, a Tianwen-2 investigará o cometa 311P/PANSTARRS por um período estimado de cerca de seis anos.

Vale ressaltar que a missão Tianwen-2 não é a primeira iniciativa da China com asteroides. Em 2012, a sonda Chang’e 2 realizou um sobrevoo pelo asteroide Toutatis após uma missão de mapeamento lunar. O país também tem experiência com escalas de coleta de amostras, evidenciado pela missão Chang’e 5, que trouxe material do lado visível da Lua em 2020, e pela Chang’e 6, que coletou amostras do lado oculto em 2024.

Uma Missão Inovadora: Investigando um Potencial Fragmento Lunar

A Tianwen-2 representa a segunda missão planetária da China, que anteriormente fez história ao alcançar Marte em 2020 com seu orbitador Tianwen-1 e o rover Zhurong, que continuam operando e enviando dados valiosos. O país já planeja a missão Tianwen-3, com a meta de coletar amostras do solo marciano em 2028, e a Tianwen-4, prevista para 2030, que terá como alvo as luas de Júpiter, além de um sobrevoo de Urano.

Com a missão Tianwen-2, a China se posiciona para se tornar o terceiro país a trazer amostras de asteroides para a Terra. Este feito já foi realizado pelo Japão, com suas missões Hayabusa, e pelos Estados Unidos, com a OSIRIS-REx. O asteroide Kamoʻoalewa, que será examinado pela Tianwen-2, possui entre 40 e 100 metros de diâmetro e é considerado um “quase-satélite” da Terra, orbitando em uma trajetória próxima ao nosso planeta. Segundo a NASA, há indicações de que esse asteroide pode ser um fragmento da própria Lua.

Portanto, a sonda Tianwen-2 não representa apenas um avanço tecnológico para a China, mas também um passo importante na compreensão do sistema solar e dos corpos celestes que nos rodeiam. A comunidade científica aguarda ansiosamente os dados e as amostras que serão trazidas por esta ambiciosa missão, que promete novos insights sobre a formação e evolução dos asteroides, e suas relações com a Lua e a Terra.