Desafios das Plataformas Sociais Descentralizadas: Insights do Ex-Chefe de Segurança do Twitter

Image Credits:Bryce Durbin / TechCrunch

O Futuro das Redes Sociais Abertas: Desafios e Reflexões

As redes sociais são uma parte fundamental de nossas vidas hoje em dia, não é mesmo? Através delas, podemos nos conectar com amigos, familiares e até mesmo com pessoas do mundo todo. Mas, à medida que a tecnologia avança, surgem preocupações sobre como essas plataformas lidam com a desinformação, o spam e conteúdos ilegais. Um dos especialistas a levantar essas questões é Yoel Roth, ex-chefe de Segurança e Confiabilidade do Twitter. Ele agora está no Match e expressa suas inquietações sobre o futuro da web social aberta.

Os Desafios da Moderação nas Redes Sociais Abertas

No cenário atual das redes sociais, plataformas como Mastodon, Threads e Pixelfed representam o que chamamos de "fediverse" — um espaço aberto que busca criar comunidade. Roth, em uma entrevista recente, destacou que essas plataformas têm ferramentas de moderação limitadas. Ele menciona que, enquanto a ideia de uma democracia online é atraente, a realidade é que muitos desses serviços não oferecem os recursos necessários para manter um ambiente seguro e saudável.

Ele se lembrou de momentos decisivos na história do Twitter, como a proibição de Donald Trump. Embora essa decisão tenha sido polêmica, a empresa explicou suas razões, algo que muitas plataformas hoje em dia evitam fazer. Roth observa que a transparência nas decisões de moderação foi um dos pontos fortes do Twitter, mas hoje em dia parece haver um retrocesso.

A Falta de Transparência

Uma das maiores preocupações que Roth levanta é a falta de clareza nas motivações por trás das ações de moderação. Em muitos casos, os usuários não recebem aviso sobre seus posts banidos; seus conteúdos simplesmente desaparecem. Imagine passar horas elaborando um post e, de repente, ele some, sem qualquer explicação! Essa falta de comunicação pode frustrar muitos usuários, que merecem entender as regras e as decisões que afetam suas interações online.

A questão é: se estamos realmente avançando na construção de comunidades democráticas e transparentes, por que as ferramentas de moderação ainda são tão fracas? Roth expressa sua preocupação com o fato de que as novas plataformas podem estar se afastando realmente dos princípios de governança que prometeram.

A Economia da Moderação

Outro ponto importante que Roth aborda é a sustentabilidade econômica da moderação nas redes sociais abertas. Um exemplo claro é a IFTAS (Independent Federated Trust & Safety), que trabalhou para implementar ferramentas de moderação no fediverse. Infelizmente, devido à falta de financiamento, a organização teve que encerrar muitos de seus projetos. Isso levanta uma questão vital: como podemos manter um ambiente seguro e protegido sem recursos financeiros para sustentar essas iniciativas?

Os custos envolvidos em moderar conteúdos, especialmente aqueles que podem estar relacionados a abusos infantis, são altos. Roth ecoa um sentimento que muitos na indústria concordam: as economias de abordagens federadas para a segurança e confiança ainda não se concretizaram.

A Experiência do Bluesky

Enquanto algumas plataformas enfrentam dificuldades, o Bluesky tem escolhido um caminho diferente. A empresa decidiu empregar moderadores e criar ferramentas que permitem aos usuários personalizarem suas próprias preferências de moderação. Roth elogiou sua abordagem, mas também apontou que à medida que a plataforma se descentraliza, surgem perguntas sobre a responsabilidade de proteger usuários individuais.

Por exemplo, o doxxing — onde informações pessoais de alguém são expostas sem consentimento — pode passar despercebido se as configurações de moderação de um usuário não forem adequadas. Roth sugere que, mesmo que a moderação seja personalizada, ainda deve haver um senso de responsabilidade quando se trata da proteção dos usuários, independentemente de como eles tenham configurado suas contas.

Limites da Privacidade

A questão da privacidade na moderação de conteúdo também é complexa. Enquanto o Twitter mantinha registros de dados, como endereços IP e identificadores de dispositivos, para ajudar na identificação de ações suspeitas, muitos administradores do fediverse optam por não coletar essas informações, preocupados em violar a privacidade de seus usuários.

Sem esses dados, torna-se mais difícil identificar bots e outras atividades maliciosas. Roth compartilhou que durante seu tempo no Twitter, acusar alguém de ser um bot se tornou comum, mas a maioria das vezes, as pessoas estavam erradas. Essa situação torna ainda mais crucial encontrar um equilíbrio entre proteger a privacidade do usuário e garantir um ambiente online seguro.

O Papel da Inteligência Artificial

Outro tema relevante discutido por Roth é o impacto da inteligência artificial (IA) nas redes sociais. Pesquisas recentes, incluindo uma do Stanford, descobriram que modelos de linguagem podem ser tão convincentes quanto seres humanos em contextos políticos. Portanto, confiar apenas na análise de conteúdo para moderar plataformas não é suficiente.

Roth sugere que as empresas devem prestar atenção não apenas ao conteúdo, mas também aos sinais comportamentais, como a criação de várias contas, automação de posts ou postagens em horários estranhos. Esses sinais podem indicar atividades suspeitas e ajudam a detectar comportamentos automáticos que podem prejudicar a comunidade.

O Caminho a Seguir

Diante de todas essas questões levantadas por Roth, fica claro que o futuro das redes sociais abertas está cheio de desafios. Para que essas plataformas cumpram suas promessas de serem democráticas e seguras, é essencial que haja um aprimoramento nas ferramentas de moderação, um aumento na transparência nas decisões e uma melhor gestão das questões financeiras ao lidar com a segurança do usuário.

À medida que a tecnologia avança e a sociedade se torna cada vez mais conectada, precisamos estar atentos a como as plataformas se adaptam e evoluem para enfrentar os problemas do mundo digital.

Conclusão

Em resumo, enquanto as plataformas sociais abertas oferecem um grande potencial para democratizar a interação online, elas enfrentam desafios significativos que precisam ser abordados. A falta de ferramentas de moderação eficazes, a transparência nas decisões e a sustentabilidade econômica são apenas alguns dos obstáculos que precisam ser superados.

A visão de Yoel Roth serve como um alerta para todos nós: a construção de um ambiente online mais seguro é um esforço coletivo. Cada um de nós, enquanto usuários, também temos um papel a desempenhar na construção de uma internet mais justa e responsável. E, enquanto lidamos com essas questões, devemos sempre nos lembrar da importância de manter a empatia e o respeito nas interações online.

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