O morcego Myotis guarani, com apenas seis gramas, desempenha um papel crucial no controle das populações de insetos, consumindo mais de 200 deles por noite.
Uma nova espécie de morcego foi identificada por pesquisadores do Programa de Desenvolvimento do Campus Fiocruz Mata Atlântica. O Myotis guarani é um morcego insetívoro que pesa apenas seis gramas e é essencial para o equilíbrio ecológico, especialmente no controle das populações de insetos ao consumir mais de 200 deles por noite.
O nome da espécie homenageia a etnia indígena Guarani, que historicamente habitou regiões do Pantanal, Chaco e partes do Cerrado e da Mata Atlântica, abrangendo o Brasil, Bolívia, Paraguai e Argentina.
Espécies já conhecidas, mas subestimadas
- Embora o Myotis guarani seja classificado como uma nova espécie, exemplares desse morcego já haviam sido encontrados em coleções de museus nos últimos 120 anos.
- No entanto, por muito tempo, foram confundidos com outras espécies do mesmo gênero, Myotis.
- A diferenciação entre mais de 35 espécies neotropicais semelhantes é um desafio que requer testes genéticos para identificação precisa.
Myotis guarani e o importante controle de insetos
O estudo que revelou a existência do Myotis guarani foi recentemente publicado no Journal of Mammalogy. Essa descoberta não é apenas acadêmica; ela ressalta a necessidade de monitorar e controlar zoonoses emergentes, que podem ter consequências significativas para a saúde pública e a economia.
Além disso, os morcegos exercem papéis fundamentais na manutenção do equilíbrio dos ecossistemas, contribuindo para a polinização e dispersão de sementes, bem como ajudando a controlar populações de insetos que podem ser pestes agrícolas ou vetores de doenças.
O Myotis guarani se destaca por sua capacidade de devorar uma quantidade impressionante de insetos, incluindo mariposas, mosquitos e besouros. Este comportamento ressalta a importância da conservação da espécie e, por extensão, dos sistemas ecológicos que ela ajuda a manter.
Em suma, o descobrimento do Myotis guarani representa um marco no entendimento das espécies de morcegos na América do Sul, sublinhando sua relevância não apenas na biodiversidade, mas também em sua contribuição para a saúde do meio ambiente. Proteger essa nova espécie é, portanto, um passo necessário para garantir um futuro equilibrado e saudável para os ecossistemas da região.
Colaboração para o Olhar Digital
Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.
Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.