A Sword Health, uma startup de saúde digital impulsionada por inteligência artificial, alcançou um marco significativo ao levantar US$ 40 milhões, elevando sua avaliação para impressionantes US$ 4 bilhões. Este aumento de 33% em relação à avaliação de US$ 3 bilhões do ano passado foi liderado pelo investidor recorrente General Catalyst.
Embora a Sword Health, que já comemora 10 anos de trajetória e apresenta um fluxo de caixa positivo, tenha conseguido esses resultados, seu CEO e fundador, Virgílio Bento, revelou ao TechCrunch que decidiu buscar capital adicional por dois motivos principais: atualizar a avaliação da empresa e garantir recursos para aquisições estratégicas futuras.
A startup, que começou oferecendo serviços de fisioterapia virtual, expandiu seu portfólio para incluir saúde pélvica e mental. Bento, em conversas anteriores, havia mencionado a possibilidade de um IPO (Oferta Pública Inicial) em 2025. Contudo, após observar os recentes IPOs bem-sucedidos de empresas como Hinge Health e Omada, e considerando uma taxa de receita anual robusta de US$ 240 milhões, ele está agora reavaliando suas intenções de abrir o capital da empresa.
“Acredito que será muito mais tarde do que todos esperam”, afirmou Bento, refletindo sobre o crescente dinamismo do mercado.
O foco de Bento é expandir os serviços do especialista em cuidados da Sword, batizado de Phoenix, para além da dor musculoesquelética e cuidados com o assoalho pélvico, visando abranger condições variadas como cuidados cardiovasculares, saúde gastroenterológica e terapia fonoaudiológica.
“Quero fazer a IPO quando tivermos muitos pontos de prova em várias verticais de assistências em larga escala — talvez em 2028”, declarou o CEO.
Nos últimos meses, Bento embarcou em uma “jornada educacional” para entender melhor a gestão de uma empresa pública, consultando CEOs de diversas organizações e bancos de investimento. “Ao final desse período de aprendizado, percebi que, se você me perguntar por que não deveríamos fazer um IPO, posso listar 10 razões. Mas, se você me perguntar por que deveríamos fazer, não consigo encontrar uma única”, afirmou.
A hesitação de Bento com os argumentos tradicionais a favor da abertura de capital, como fortalecimento da marca e acesso ao capital, reflete uma visão mais ampla sobre o funcionamento das startups. Ele traz exemplos de empresas bem-sucedidas, como Ikea e Lego, que prosperaram como empresas privadas, e cita o levantamento colossal de US$ 10 bilhões da Databricks como uma prova de que as startups robustas ainda podem garantir financiamento privado de qualidade.
Bento também ressaltou que a liquidez para funcionários e acionistas iniciais é facilmente acessível para empresas privadas, graças aos mercados secundários. Ele também antecipou que a Sword deve lançar uma oferta de aquisição de ações no próximo mês, ampliando as oportunidades para investimento interno.
O fundador prevê que a empresa buscará levantar mais capital no próximo ano, e até antecipou o tamanho e a avaliação do próximo ciclo de financiamento. “No ano passado, levantamos US$ 30 milhões com avaliação de US$ 3 bilhões. Neste ano, conseguimos US$ 40 milhões a US$ 4 bilhões. Eu diria que no próximo ano podemos levantar US$ 50 milhões, alcançando US$ 5 bilhões. Gosto da simetria numérica. Acho divertido”, compartilhou Bento.
Com essa nova rodada de investimentos, a Sword Health soma um total de US$ 380 milhões em financiamentos até o momento. Outros participantes notáveis desta rodada de financiamento incluem Khosla Ventures, Comcast Ventures, Lince Capital, Oxy Capital, Armilar, Indico Capital e Shilling.